quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Vale a valoração ambiental?



Alguns devem lembrar do petroleiro Exxon Valdez (da Esso) que encalhou na costa do Alasca lá no final da década de 80... Foram cerca de 20 milhões de litros de petróleo lançados ao mar... 

As leis da época tratavam, basicamente, apenas dos "prejuízos econômicos ". Significa que uma multa, mesmo que pesada, não considerava a morte de centenas de milhares de espécies nem as profundas alterações ambientais causadas pelo vazamento. Não consideravam pois, simplesmente, não havia como estimar o valor das perdas sofridas pelo meio ambiente. Foi neste contexto, o de cálculo de multas por desastres dessa envergadura, que surgiu o que hoje chamamos de "valoração ambiental". 

A valoração permitiu ao mundo começar a falar em "serviços ambientais" e hoje, passadas quase três décadas do vazamento do Exxon Valdez, existem métodos refinados de valoração e também existem mecanismos legais que refletem esses métodos nas multas. 

Pois bem, lá se vão três décadas e aqui, neste nosso Brasil, ocorre rompimento de barragens de rejeitos de empresas poderosíssimas, jogando lama carregada de metais pesados, matando pessoas e praticamente destruindo um rio... Portanto, o recado é que estão disponíveis todas as ferramentas, sejam métodos de valoração sejam legislações ambientais, para dar uma encarcada nas empresas responsáveis pelo rompimento da barragem. Isto posto, dou-lhes enfim a má notícia: aqui não faltam métodos nem leis, falta "tão" somente, governança.