sábado, 21 de setembro de 2013

Respiração tributada

Embora não se pague imposto para respirar (pelo menos até agora), os impostos estão em tudo que possa ser precificado, sejam bens, sejam serviços. Não apenas impostos, mas também encargos e contribuições... Significa dizer que, neste exato momento, enquanto escrevo neste velho laptop guerreiro, estou consumindo energia onde incidem tributos e outros encargos. E já que estou conectado, também incidem os impostos e encargos que estarão na minha conta a pagar para a operadora de internet. 

Ok, e se eu resolver desligar tudo, nem comer esse belo feijão que me aguarda na cozinha, pois ele veio recheado de impostos, se eu simplesmente dormisse o dia inteiro, ficaria livre de impostos? Bom, estou usufruindo do meu condomínio e, ao pagá-lo, lá estão os impostos. 

Ok, então me mudarei para uma casa sem condomínio, não usarei gás, não usarei energia, não usarei água... Pronto, estou livre ? Não ! Teria ainda, no mínimo, o IPTU, e mesmo que me tornasse um indigente, as sobras e migalhas da minha sobrevivência seriam geradas pagando impostos. 

Então será que dá para dizer que não há impostos no ar que respiramos? Talvez não, mas a diferença é que não podemos parar de respirar, mas podemos parar, por um dia inteiro, todos juntos, de fazer algumas coisas que geram impostos...

Vem aí o dia sem imposto.

Aguarde!

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

De José Ninguém para Zé Alguém


Eis que ao passar pela Vila Mariana, região sul da capital paulista, José vê um aglomerado... Fotógrafos e cinegrafistas apontam suas lentes pra cima, jornalistas narram algo ao microfone. "Alguém vai pular do prédio?". Então José, que naquele dia de 18 de setembro de 2013 acabara de pagar suas contas no último minuto do horário bancário, agora com o bolso esvaziado, com tempo de sobra, e com milhões de preocupações lhe atormentando, resolveu olhar... Talvez a mórbida sublimação da desgraça alheia lhe acalentasse.  Mas não havia ninguém na janela do apartamento para onde todos olhavam. Ao contrário, as cortinas fechadas nem ao menos balançavam. 

Eis que, por volta de 17:00 horas, José escutou um grito de comemoração vindo do sombrio apartamento. Jornalistas se entreolharam, muxoxos estalaram, e o aglomerado se dispersou... José, um José ninguém, não sabia, mas o grito veio de outro José, este um Zé alguém: um Zé Dirceu.

Cabisbaixo, José Ninguém seguiu sem nada entender...