quinta-feira, 19 de setembro de 2013

De José Ninguém para Zé Alguém


Eis que ao passar pela Vila Mariana, região sul da capital paulista, José vê um aglomerado... Fotógrafos e cinegrafistas apontam suas lentes pra cima, jornalistas narram algo ao microfone. "Alguém vai pular do prédio?". Então José, que naquele dia de 18 de setembro de 2013 acabara de pagar suas contas no último minuto do horário bancário, agora com o bolso esvaziado, com tempo de sobra, e com milhões de preocupações lhe atormentando, resolveu olhar... Talvez a mórbida sublimação da desgraça alheia lhe acalentasse.  Mas não havia ninguém na janela do apartamento para onde todos olhavam. Ao contrário, as cortinas fechadas nem ao menos balançavam. 

Eis que, por volta de 17:00 horas, José escutou um grito de comemoração vindo do sombrio apartamento. Jornalistas se entreolharam, muxoxos estalaram, e o aglomerado se dispersou... José, um José ninguém, não sabia, mas o grito veio de outro José, este um Zé alguém: um Zé Dirceu.

Cabisbaixo, José Ninguém seguiu sem nada entender...

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